Caxambu das Águas
No início do século XVII, os bandeirantes paulistas que percorriam a Estrada real conheciam Caxambu, nas imediações de Baependi.
No século XVIII, começaram a aparecer as primeiras notícias sobre as águas minerais. A partir dessas descobertas, a Fonte ficou conhecida como “Água Santa” (LEMOS, 2007)
Acredita-se que o naturalista, integrante da comitiva científica da Imperatriz D. Maria Leopoldina, senhor Carl Friedrich Philipp von Martius, chegado ao país em 1817, andando por essas paragens, tendo tomado conhecimento das propriedades curativas das águas, pediu autorização para examiná-las e constatou suas propriedades terapêuticas e indicou suas aplicações. Vários doentes, de todas as espécies, acorreram para a estância. “Multiplicadas as curas, propalados os casos, o povo ampliou as qualidades das águas.
As águas férreas curavam entre outras doenças, inflamação do fígado, azias, má digestão, gonorreia de qualquer espécie, impotência, diabetes, inflamações da bexiga, urina leitosa e inflamação de olhos. As sulfúricas curavam moléstias de pele como sarna, erisipela, impigens crostosas e hemorroidas, dor e torpor nos ossos e reumatismos, dentre outros males.
Em 1861, as Fontes e o seu entorno que pertenciam a fazenda Caxambu, foram desapropriadas pelo governo da província.
Em 1868, Caxambu que já tinha recebido muitos brasileiros de renome, dentre eles o Duque de Caxias, ainda Marquês, o senador Teófilo Otoni, que chegou em estado crítico, precisando ser carregado por amigos até as Fontes, saindo após alguns dias, forte e saudável; recebeu a família real, que inclusive deu nome a oito das doze Fontes do Parque das Águas. A Princesa Isabel ouviu falar das propriedades curativas das águas e veio se tratar de uma anemia profunda, que já a atormentava por muitos anos e não a permitia engravidar. Curou-se e deu à luz a quatro filhos. Depois de sua visita, o povoado que sofria com o marasmo provocado pela falta de investimento do estado e, pela falta de recursos do município de Baependi, teve três décadas de grande progresso.
Do comércio da época, resta hoje na cidade, o conhecido casarão Guedes, que abrigou de 1871 a 1920, o maior estabelecimento comercial, pioneiro em muitas áreas.
O progresso crescia e os jogos apareceram para incrementá-lo ainda mais. O jogo de víspora prussiano foi trazido pelo hoteleiro Jean Jacques Double. A primeira roleta chegou em 1887 e foi instalada na residência do senhor Augusto Ribeiro e se transformou num centro de diversão.
Caxambu foi o primeiro lugar no país a ter um cassino. Nos idos do final do século XIX a cidade já contava com grandes salões de jogos nos seus principais hotéis.
Em 16 de setembro de 1901, o povoado conseguiu se emancipar do município de Baependi, contando com 4.855 moradores. A partir daí, o crescimento da cidade foi vertiginoso. Vinham orquestras do Rio de Janeiro de São Paulo se apresentar todas as noites. O Balneário do parque funcionava a pleno vapor, prestando os serviços de saúde e beleza, com orientação de médicos crenoterápicos.
Entre os anos de 2010 e 2012, o então governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Anastasia, reformou todo o Balneário Hidroterápico, que se encontrava totalmente sucateado e o galgou a patamares dos melhores do mundo, com novas instalações, banheiras computadorizadas e duchas novas.
Embora Caxambu tenha perdido glamour com o fechamento dos cassinos, ainda mantem suas vigorosas fontes, com propriedades medicinais, um maravilhoso balneário, mirante com acesso pelo Teleférico, e muita história.
Caxambu, é uma cidade com excelente qualidade de vida, baixo índice de violência, boas escolas, mais de 90% de tratamento das águas, cercada de uma natureza exuberante, cachoeiras, atrativos turísticos e uma gastronomia diferenciada.
Diante do novo cenário, o futuro reserva boas oportunidades para quem pretende se estabelecer em uma cidade com esse tipo de qualidade de vida, tanto para trabalhar Home Office, quanto para desfrutar de todas essas maravilhas, com facilidade de deslocamento e próximo dos grandes centros como RJ, SP e BH.